segunda-feira, 5 de abril de 2010

As Modalidades Paraolímpicas

Antes de iniciar a prática esportiva competitiva, o atleta com deficiência deve passar por uma avaliação de classificação funcional. O principal objetivo da classificação é nivelar os atletas de acordo com suas capacidades, colocando os que possuem deficiências semelhantes em um mesmo grupo.De acordo com o Movimento Parolímpico Internacional, os atletas podem ser classificados em seis grupos: - amputados - paralisados cerebrais- deficientes visuais - lesionados na medula espinhal - deficientes mentais - les autres (inclui todos os atletas com alguma deficiência de mobilidade e que não se enquadram nos demais grupos)

Cada esporte, porém, possui o seu próprio sistema de classificação, baseado nas habilidades funcionais que mais afetam o desempenho do atleta no esporte em questão. Sendo assim, além do grupo já descrito, o atleta ainda recebe um número de acordo com a classe a que pertence dentro do grupo. O mais importante de tudo isso é que esse número não é fixo e muito menos dura para sempre. O atleta deve estar constantemente sendo avaliado pelo comitê de classificação funcional nacional ou internacional, dependendo da competição em questão.

Geralmente, o número da classe é precedido pela letra inicial do esporte, em inglês. A única exceção ocorre no caso de esportes com participação exclusiva de deficientes visuais – a classe sempre é precedida pela letra B (blind – cego, em inglês). Quanto maior for o número da classe de um atleta, menor é o seu comprometimento visual ou físico-motor.





Conheça abaixo as principais características dos 20 esportes que figuram atualmente no quadro do Comitê Paraolímpico Internacional.



Tênis em cadeira de rodas

A quadra é a mesma do tênis convencional, assim como as demais regras. A única diferença é que a bolinha pode quicar até duas vezes antes de ser rebatida, sendo que o primeiro quique deve obrigatoriamente acontecer dentro da quadra. Participam atletas cadeirantes que possuam deficiência relacionada com a locomoção.









Rúgbi em cadeira de rodas

O jogo é disputado em quadras de basquete e não na grama, para que as cadeiras de roda possam deslizar. Cada equipe é formada por quatro jogadores (que podem ser homens ou mulheres) e oito reservas. Como há forte contato físico entre os jogadores, há um número grande de reservas. O objetivo é levar a bola até o gol. Para isso o atleta pode conduzir a bola sobre as suas coxas ou ainda tocar para um outro componente da equipe. Porém, o time que tem a posse da bola não pode demorar mais do que 15 segundos para entrar no campo do adversário.




Atletismo

Podem participar tanto atletas com deficiência visual como atletas com deficiência física. As provas são divididas em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Na corrida, os atletas deficientes visuais podem ser acompanhados de um guia que corre junto ao atleta ligado por uma cordinha. Porém, não vale puxar o atleta e sim, direcioná-lo. Os deficientes físicos são classificados em várias classes que permitem a eles utilizar próteses ou cadeiras de rodas.
Imagem cedida pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro








Tiro com arco

Participam atletas tetraplégicos, paraplégicos, amputados, ou ainda atletas com mobilidade limitada nos membros inferiores. Os atletas são posicionados a uma distância de 70 m do alvo, que possui, por sua vez, 1,22 m de diâmetro. Quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior será a pontuação. O atleta que acertar o centro do alvo, leva 10 pontos. Nos Jogos Paraolímpicos há disputa individual e por equipe, masculino e feminino.





Tiro esportivo

Participam atletas amputados, paraplégicos, tetraplégicos ou ainda com outras dificuldades de locomoção. As regras da modalidade paraolímpica são as mesmas do esporte olímpico em questão. No Brasil, o tiro esportivo foi praticado pela primeira vez em 1997, no Centro de Reabilitação da Polícia Militar do Rio de Janeiro.







Vela

Podem competir tanto atletas com deficiência locomotora como visual. A competição segue as regras da Federação Internacional de Iatismo, porém, com algumas adaptações, principalmente nos barcos que devem ser mais estáveis e seguros. Ganha a prova quem percorrer o trajeto estipulado em um menor tempo possível.








Tênis de mesa

Participam atletas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As provas são divididas entre atletas andantes e cadeirantes e os jogos podem ser individuais, em dupla ou por equipes. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta.








Levantamento de peso
Podem participar atletas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. Essa é a única modalidade em que as categorias são subdivididas de acordo com o peso de cada participante. Os atletas disputam a prova “supino” – ficam deitados em um banco e levantam o maior peso possível em três tentativas.












Voleibol sentado
Competem atletas amputados ou ainda com outros tipos de deficiência locomotora, como por exemplo, seqüelas de poliomelite. Os atletas jogam sentados no chão e esse contato é obrigatório. A quadra é menor, assim como a altura da rede (10 m x 6 m x 9 m). O saque pode ser bloqueado. Cada jogo é disputado em melhor de cinco sets e cada set vai até 25 pontos. Os jogadores podem entrar em contato com a perna dos adversários, porém, não é permitido obstruir as condições de jogo do oponente.




Remo adaptável
O remo estará sendo disputado pela primeira vez nos programa dos Jogos Olímpicos de Pequim. Todas as categorias serão disputadas. Participam atletas com deficiência nos membros inferiores.

Natação



Competem atletas com todos os tipos de deficiência, física e visual. Os atletas são divididos em classes de acordo com o grau de comprometimento da lesão. A largada pode ser feita dentro da água para atletas que não se mantêm em pé no bloco. Nas viradas e chegadas os atletas deficientes visuais recebem um aviso através de um bastão com ponta de espuma, de que estão se aproximando da borda.







Judô

Também só participam dessa modalidade os atletas deficientes visuais. A principal diferença para o judô tradicional, é que os atletas já iniciam com a pegada estabelecida. A luta pode ainda ser interrompida quando os jogadores perdem o contato total um do outro. Os atletas cegos são identificados com um círculo vermelho nas mangas do quimono.








Hipismo

O hipismo é um dos esportes mais recomendados para a reabilitação física e social de portadores de qualquer deficiência. No esporte paraolímpico a areia deve ser mais compacta oferecendo uma maior segurança para os competidores. O local deve possuir uma rampa de acesso para os cavaleiros montarem seus cavalos. Além disso, deve haver uma sinalização sonora para orientar o atleta deficiente visual.







Goalball

O goalball é um esporte que foi criado especificamente para deficientes visuais. O jogo é disputado em uma quadra de 9 m x 18 m, com um gol em cada extremidade. O objetivo de cada equipe, que é formada por três jogadores titulares e três reservas, é arremessar a bola ao gol. O arremesso, porém, tem de ser rasteiro. A bola, por sua vez, possui um guizo em seu interior que serve para que os jogadores saibam em que direção ela está indo. No goalball, o silêncio dentro do ginásio é fundamental.








Futebol de 5

Só podem participar os atletas deficientes visuais, com exceção do goleiro, que enxerga normalmente. Cada equipe é formada por cinco jogadores. A bola tem guizos que servem para orientar os atletas durante a partida. Os atletas jogam ainda com vendas nos olhos e se tocarem na venda, o árbitro marca uma falta. Há ainda o guia (chamador) que pode ficar atrás do gol e tem a função de orientar os jogadores, dizendo a eles onde devem se posicionar e para onde devem chutar. Os jogos são disputados em ginásios ou quadras de grama sintética.







Futebol de 7

Só podem participar do futebol de 7 atletas com paralisia cerebral. Ainda assim, eles devem estar dentro da classe 5 a 8 (vale lembrar que, quanto maior o número, menor o comprometimento), ou seja, todos andam. Durante a partida o time deve ter em campo, no máximo dois atletas da classe 8 e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (geralmente é o goleiro). O campo é menor do que o normal: 75 m x 55 m. Cada equipe deve ter 7 jogadores em campo e 5 reservas.











Ciclismo

Os atletas paralisados cerebrais, deficientes visuais, amputados e lesionados medulares podem competir individualmente ou por equipe. Os atletas paralisados cerebrais usam triciclos no lugar de bicicletas convencionais. Já o ciclista deficiente visual compete em um bicicleta dupla, chamada de tandem – um guia ajuda a pedalar no banco da frente. Já os cadeirantes usam a handcycling e pedalam com as mãos. As provas disputadas são: velódromo, estrada e contra-relógio.











Basquete em cadeira de rodas

Participam atletas que possuem alguma deficiência físico-motora. As cadeiras são especiais e as adaptações e medidas devem seguir o padrão determinado pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve passar, quicar ou arremessar a bola. A quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete convencional.




Bocha

Participam atletas cadeirantes que possuam paralisia cerebral ou outro tipo de deficiência que comprometa a locomoção. O objetivo do jogo é lançar bolas coloridas o mais perto possível da bola branca (Jack). Para isso, os atletas podem usar as mãos, os pés ou ainda instrumentos (no caso de atletas com alto grau de comprometimento nos membros superiores e inferiores).


Esgrima em cadeira de rodas

Podem participar apenas atletas com deficiência locomotora. Os atletas disputam em cadeiras de rodas que são fixadas ao solo. Se um dos esgrimistas se locomover, o combate é interrompido. Nos duelos de florete, há também uma proteção para a cadeira de rodas. Toda a vestimenta do atleta possui sensores que indicam se o atleta foi tocado ou não.

Fonte - (site - www.esporte.hsw.uol.com.br )›

Perfil do nosso entrevistado Daniel Dias


Daniel de Faria Dias

Nome: Daniel de Faria Dias

Data de nascimento: 24/05/1988

Deficiência: má formação congênita dos membros superiores e perna direita

Classe: S5-SB4-SM5

Estado: São Paulo

Técnico: Marcos Rojo

Informações: Daniel descobriu a natação aos 16 anos. Hoje, aos 20, já é recordista mundial. A má formação congênita dos membros superiores e da perna direita não impediu que ele se encantasse com o esporte e quisesse se tornar um campeão. A marca desse grande nadador é o sorriso. Daniel está sempre de bom humor. No Mundial de Natação do IPC, em 2006, foi ouro nos 200m medley, estabelecendo novo recorde mundial, ouro nos 100m livre e prata nos 50m borboleta e 50m costas. No revezamento 4x50m medley, também teve medalha de ouro, com recorde mundial. Daniel é detentor do recorde mundial nas de 100m e 200m livre, 100m costa e 200m medley. O atleta é o recordista de medalhas do Parapan, ganhou oito ouros.

Fonte: (site-www.cpb.ogr.br/home/perfil-dos-atletas)